Sindrome Metabólica
A síndrome metabólica é um transtorno caracterizado por um conjunto de fatores de riscos cardiovasculares relacionados com resistência à insulina e obesidade abdominal, aumentando a mortalidade geral em cerca de duas vezes e a cardiovascular em três vezes. Nos Estados Unidos, 47 milhões de pessoas apresentaram síndrome metabólica, ou seja, estima-se que 24% da população adulta seja portadora e que, aproximadamente, 50% a 60% dos americanos com mais de 50 anos também fazem parte dessa preocupante população de alto risco cardiovascular. No Brasil, um estudo feito no Rio de Janeiro em 1983, avaliou a pressão arterial em mais de sete mil jovens e seus familiares, analisando seus fatores de risco cardiovascular. Os resultados mostraram uma relação direta entre a pressão arterial e o peso corporal dos jovens e seus familiares. Diversos estudos demonstraram que um acúmulo predominante de células gordurosas na região abdominal leva a um aumento de risco de doença cardiovascular e morte prematura. As alterações metabólicas associadas com obesidade abdominal incluem as dislipidemias, resistência à insulina, diabetes de tipo 2, síndrome metabólica, inflamações e trombose. Nos últimos anos, tornou-se cada vez mais claro que a distribuição de gordura é importante para considerar os riscos de obesidade. Foi sugerido na década de 1940 que o risco cardiovascular e metabólico está mais intimamente relacionado com a obesidade andróide (abdominal ou corpo em forma de maçã) do que com a obesidade ginóide (corporal mais baixa ou corpo em forma de pêra). Simultaneamente, surgiram novos dados com relação ao vínculo entre o risco cardiovascular e a obesidade abdominal, especialmente o significado de gordura intra-abdominal – que fica armazenada dentro da cavidade abdominal, ao redor dos principais órgãos –, como um importante fator de risco para doenças cardiovasculares. A obesidade abdominal pode simplesmente ser medida pela circunferência da cintura, mas podem ser ainda usados métodos de imagem como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética por imagem.
SAIBA MAIS:
- A síndrome é mais comum nos homens, que em geral têm maior tendência a acumular gordurinhas na barriga; - Outro indicador pode ser o índice de massa corporal (IMC), que não deve ser maior do que 30; - Exercício físico e dieta são considerados terapias de primeira escolha levando a redução expressiva da circunferência abdominal e da gordura visceral, podendo ainda melhorar a sensibilidade à insulina, reduzindo os níveis de glicose. Simultaneamente há redução da pressão arterial e nos níveis de triglicérides, bem como aumento do HDL. - Há recomendações em relação ao plano alimentar como reduzir a ingestão de calorias sob a forma de gorduras saturadas para gorduras insaturadas, assim como reduzir o consumo de gorduras trans e aumentar a ingestão de frutas, hortaliças, leguminosas e cereais integrais, diminuindo a ingestão de açúcar e sal, consumidos habitualmente em excesso. - Em pacientes com a síndrome, a dieta deve priorizar carboidratos e fibras, reduzir o sódio (sal) e a ingestão de colesterol. - A gordura total não deve exceder 30% do valor calórico total diário. - A obesidade abdominal pode simplesmente ser medida pela circunferência da cintura, que não deve ultrapassar 102 cm nos homens e 88 cm nas mulheres (recomendação da Sociedade Brasileira de Cardiologia). - Uma redução na circunferência da cintura de 9 cm equivale a uma redução de 30% na adiposidade intra-abdominal prejudicial. - Os pacientes com síndrome metabólica têm pelo menos um risco duas vezes maior de doença cardiovascular em comparação com aqueles pacientes sem a mesma. - O risco de diabetes está também aumentado em aproximadamente cinco vezes pela síndrome metabólica, tanto em homens como nas mulheres.
Os especialistas indicados para o diagnóstico e tratamento devem ser o cardiologista, o endocrinologista, nutricionista e se possível o professor de educação física, formando assim uma equipe multidisciplinar.