Banda gástrica
A banda gástrica é um anel inflável de silicone colocado ao redor da parte superior do estômago, reduzindo para até um décimo da sua capacidade, dividindo-o em dois compartimentos. Uma das seções, a menor, fica acima da banda e irá armazenar pouca quantidade de alimentos; quando cheio, causa sensação de saciedade. O segundo compartimento, abaixo da banda, continuará a participar do processo digestivo normal. Após a colocação da banda, feita por videolaparoscopia, ela pode ser inflada e desinflada ao longo do tempo, de acordo as necessidades de cada paciente. A técnica foi aprovada em 2001, como a opção menos invasiva e que apresenta menores lesões ao corpo entre todos os tipos de cirurgia bariátrica. Hoje ela representa 30% das cirurgias de estômago nos Estados Unidos e 90% na Austrália. A colocação da banda gástrica é uma das soluções mais procuradas pelos indivíduos com obesidade mórbida, mas os resultados nem sempre são os desejados. Apesar de a taxa de sucesso rondar os 90%, a verdade é que os outros 10% correspondem a casos de insucesso, onde se incluem pessoas que não atingem 25% de perda do peso corpóreo. No mundo é a opção mais indicada para adolescentes com este tipo de obesidade. Tanto a banda quanto qualquer outro tipo de cirurgia bariátrica são recomendados como opção de tratamento da obesidade quando o IMC (Índice de Massa Corpórea) for maior que 40 ou estiver entre 35 e 40, mas associado a complicações associadas à obesidade. Para pacientes adolescentes, a cirurgia só pode ser feita a partir dos 16 anos, após todas as alternativas não cirúrgicas falharem. É muito importante que o paciente siga rigorosamente o acompanhamento com uma equipe multidisciplinar formada pelo cirurgião, um endocrinologista, um nutricionista e um psicólogo ou psiquiatra.
SAIBA MAIS: A banda gástrica fica em contato com o estômago e à medida que é inflado reduz a velocidade de esvaziamento da pequena câmara, limitando a capacidade de armazenamento de alimento; é ligado por um estreito tubo de silicone a um pequeno dispositivo para injeção, o port, que é implantado sob a pele e que permite uma calibração do diâmetro do anel e da velocidade de esvaziamento do reservatório gástrico. Essa propriedade possibilita um ajuste a qualquer momento após a cirurgia, adequando à restrição gástrica, às necessidades e à tolerância de cada pessoa. Como os receptores que traduzem para o cérebro a mensagem de saciedade se encontram na parte de cima do estômago, o paciente terá o apetite diminuído e ficará satisfeito com refeições bem menores que antes da operação. A capacidade para ingerir alimentos líquidos e líquido-pastosos não sofre uma redução tão dramática. Portanto, se não houver uma colaboração do paciente no sentido de evitar alimentos líquidos e pastosos de alto teor calórico, a perda de peso ficará comprometida. Para promover grandes perdas de peso o nível de acompanhamento pós-operatório é de extrema importância, visto que não se pode esperar que a cirurgia ‘milagrosamente' venha transformar pessoas extremamente obesas sem a devida cooperação. O procedimento é feito por meio de uma punção, sendo praticamente indolor e realizado no próprio consultório ou eventualmente na sala de raio X. Vale lembrar que a banda com o tubo e a válvula de ajuste são partes de uma prótese composta de silicone e titânio, materiais amplamente utilizados no arsenal médico e que são programados para durarem por toda a vida, mas que ao longo desta podem apresentar desgastes. Nesse caso a banda pode ser substituída através de um novo procedimento laparoscópico. Embolia pulmonar, infecção do local do port, ruptura do tubo que liga o port à banda, deslocação do port, deslizamento gástrico, dilatação da bolsa gástrica, migração intragástrica são os problemas que podem ocorrer em pessoas com banda gástrica. A complicação mais grave é a infecção da banda, obrigando, muitas vezes, à sua retirada. Algumas vantagens da banda gástrica em comparação com as outras cirurgias bariátricas são: a ajustabilidade (a banda pode ser inflada e desinflada de acordo com a necessidade de cada paciente), a reversibilidade (pode ser removida), o baixo risco nutricional, o procedimento minimamente invasivo e o menor índice de morbidade. O sucesso desta cirurgia depende muito da disponibilidade do indivíduo em mudar seu estilo de vida.
A família também precisa estar engajada, dando apoio para que o paciente não interrompa o tratamento que se segue após a operação.