Abdome agudo
Quadro clínico abdominal caracterizado por dor de início súbito ou de evolução progressiva, que necessita de definição diagnóstica e conduta terapêutica imediata. Representa cerca de 20 a 45% nas taxas de admissão em Urgência, sendo que 60% dos pacientes têm mais de 65 anos. O abdome agudo pode ser classificado em: - Inflamatório ou infeccioso: paciente refere dor leve e imprecisa que piora com o tempo e se torna progressivamente mais localizada. - Obstrutivo: dor em cólica e vômitos. - Perfurativo: ocorre uma perfuração de víscera oca com extravasamento de conteúdo para a cavidade abdominal. - Vascular: dor abdominal intensa, não compatível com o exame físico do paciente. - Hemorrágico: sangramento hemorrágico espontâneo na cavidade abdominal.
A dor visceral causada por distensão, inflamação ou isquemia é difusamente localizada na região mesogástrica, enquanto que as doenças renais ou ureterais causam dor nos flancos. A presença de sangue ou pus subdiafragmático à direita pode ser causada pela doença biliar, podendo causar dor referida no ombro direito ou dorso, mas a dor abdominal no andar superior do abdômen sugere úlcera péptica, colecistite aguda ou pancreatite. Os cistos de ovário, diverticulite, abscesso tubo ovariano e gravides tubaria causam dor na porção inferior do abdômen, geralmente, a obstrução do intestino delgado causa dor no mesogástrio, que, às vezes, é referida no dorso.
Fatores de risco: - Apendicite, - Ulcera péptica aguda perfurada, - Cálculo na vesícula biliar e complicações, - Pancreatite, - Isquemia intestinal, - Parasitose, - Diverticulites agudas, - Rompimento tubário devido à gravidez ectópica - Cisto roto de ovário.
Sinais e Sintomas: - Localização, tipo e intensidade da dor; - Modo de iniciação; - Presença ou não de febre, - Vômitos, - Hematúria, - Melena; - Possibilidade ou não de gravidez; - Constipação, - Diarreia; - Icterícia.
O diagnóstico é realizado após histórico da dor do paciente, seguido de exame físico detalhado do abdômen, auxiliado por exames laboratoriais de sangue e de urina e por exames de imagens: Rx abdome, US, TC, arteriografia, cintilografia, endoscopia, colonoscopia, paracentese abdominal e laparoscopia.
SAIBA MAIS: - Às vezes é a evolução da enfermidade que indicará as possibilidades do diagnóstico, embora não se deva esperar muito tempo por ela. - A apendicite é a causa mais comum em crianças e adultos jovens. - A síndrome de abdome agudo pode ser reconhecida apenas pelos seus sinais clínicos: dor abdominal aguda, de grau variável, mas habitualmente intensa; retesamento dos músculos abdominais, podendo chegar ao chamado “abdome em tábua”. - Exames laboratoriais incluem: leucograma, dosagem de ureia, creatinina, eletrólitos e gasometria arterial, bilirrubina, transaminases, fosfatase alcalina, gama GT, amilase, coagulograma e contagem de plaquetas. - Outras causas comuns de abdômen agudo: Distúrbios do trato gastrintestinal; Dor abdominal inespecífica; Obstrução intestinal; Hérnia encarcerada; Perfuração intestinal; Diverticulite de Meckel; Síndrome de Boerhaave; Gastrenterite aguda; Adenite mesentérica; Colangite aguda; Abscesso hepático íntegro ou roto; Tumor hepático roto; Rotura espontânea do baço Infarto e abscesso esplênicos; Pancreatite aguda; Pseudocistos do pâncreas infectados; Abscessos pancreáticos; Cólica renal ou ureteral; Pielonefrite aguda; Cistite aguda; Infarto renal; Orquiepididimite; Torção de tumor de ovário; Salpingite aguda; Endometriose; Endometrite; Rotura de aneurisma aorto-ilíaco, hepático, renal e esplênico; Colite isquêmica aguda; Trombose mesentérica; Abscessos intra-abdominais, Peritonite primária e Hemorragia retro peritoneal.
Procure um médico gastroenterologista se sentir qualquer sintoma.