Colangite Colangite é um processo inflamatório das vias biliares, que são um conjunto de ductos que ligam o fígado e a vesícula biliar ao duodeno. A bile produzida pelo fígado através desses canais chega à vesícula, onde fica armazenada, durante o processo de digestão volta a percorrer as vias biliares, desta vez em direção ao duodeno para auxiliar na digestão das gorduras. Lesões crônicas levam à formação de cicatrizes na árvore biliar, com estreitamentos mais ou menos intensos, reduzindo o fluxo de bile e levando ao seu acúmulo (colestase). A colestase aumenta a inflamação crônica das vias biliares e em longo prazo aumentam a formação do colangiocarcinoma, enquanto que no fígado com o decorrer do tempo podem levar à cirrose hepática.
Existem três tipos de colangites: Ascendente é provocada, principalmente, por infecções bacterianas. Esclerosante primária é mais rara e acredita-se ter origem autoimune, acometendo cerca de dez a 40 pessoas em 1 milhão. Aparece preferencialmente em homens (2:1) com idade média de 43 anos, mas pode surgir em qualquer idade, incluindo em crianças. Esclerosante secundária é provocada em decorrência de outras causas, como cálculos biliares, presença de vermes, Aids ou decorrente de problemas das endoscopias na via biliar.
Fatores de risco: Doença inflamatória intestinal. Retocolite ulcerativa. Doença de Crohn. Doenças autoimunes. Trauma cirúrgico das vias biliares. Vasculites. Cicatrizes da árvore biliar.
Sinais e sintomas: Fadiga. Febre. Coceira. Icterícia. Hepatomegalia. Esplenomegalia. Xantomas.
O diagnóstico é feito pelo histórico e exame físico, associado aos exames laboratoriais de fosfatase alcalina, bilirrubinas, transaminases, do p-Anca (anticorpo anticitoplasma de neutrófilos, padrão perinuclear) e ANA serem comuns (o p-Anca está presente em 33% a 88% dos portadores de CEP). Outros exames complementares de colangiografia endoscópica, ressonância magnética e biopsia hepática podem ser necessários.
Na colangite aguda, a inflamação é secundária a uma infecção das vias biliares, geralmente causada por uma obstrução das mesmas, por cálculos ou tumor. As complicações mais frequentes durante a evolução da doença e sua cronificação são: avanço da cirrose, sangramento de varizes esofágicas, ascite, e insuficiência hepática e encefalopatia. Devido à colestase pode ocorrer ainda a osteopenia e deficiência de vitaminas solúveis em gordura como: A, D, E e K. A colangite pode ser grave, mas tem bom prognóstico se descoberta no início. Cálculos biliares ocorrem em 25% dos portadores da colangite esclerosante e podem corroborar na piora do quadro. O colangiocarcinoma pode surgir em 10%, 15% dos portadores, normalmente naqueles com quadro mais grave. Estima-se que 70% a 90% dos portadores de colangite esclerosante primária sejam também portadores de retocolite ulcerativa inespecífica e doença de Crohn. Procure um médico hepatologista ou gastroenterologista.