Pancreatite Aguda
É a inflamação de uma glândula grande localizada atrás do estômago e próximo ao duodeno chamado Pâncreas, que secreta enzimas digestivas no intestino através do tubo pancreático e também libera os hormônios insulina e glucagon na corrente sangüínea que ajudam o corpo a usar a glicose dos alimentos em energia. A inflamação local provocada pela ativação descontrolada da enzima tripsina nas células acinares do pâncreas pode levar à digestão glandular. Em cerca de 80% dos casos, a pancreatite aguda é leve (edematosa) e os doentes recuperam sem complicações, mas os restantes 20% têm doença grave com complicações locais como: necrose, hemorragia, fístula, pseudocisto, abscesso, estenoses biliares ou sistêmicas. Atualmente é responsável por mais de 200 000 admissões hospitalares todos os anos nos EUA e a sua incidência tem aumentado nas últimas duas décadas, oscilando entre 5 e 80 /100 000 pessoas ao ano. Acomete mais homens do que mulheres e geralmente é causada por cálculo biliar ou muita ingestão de álcool. A etiologia da pancreatite aguda define a sua epidemiologia., quase metade dos doentes com pancreatite aguda alcoólica sofre recorrência, e este risco varia entre 32 e 61% nos casos de causa biliar não tratada. Depois de debelada a pancreatite aguda, cerca de um terço dos doentes desenvolve distúrbios funcionais tais como diabetes e esteatorreia. A incidência de pancreatite crónica após episódio agudo varia entre 3 e 13%. A pancreatite aguda é uma entidade potencialmente fatal, com uma mortalidade global de 2,1 - 7,8% mas que pode atingir os 30% nas formas graves.
Sinais e Sintomas: - A dor abdominal é o mais comum, com duração de alguns dias, localiza-se no abdómen superior e geralmente apresenta irradiação dorsal. - Pode ser súbita e intensa, ou começar com uma dor leve que fica pior quando ingere alimentos. Outros sintomas: - Abdômen inchado e macio. - Náusea. - Vômito. - Febre. - Taquicardia.
O diagnóstico é feito pelo histórico e exame físico, o médico gastrologista deverá pedir exame de enzimas pancreáticas sanguíneas, ultra-som abdominal para procurar cálculo biliar, e tomografia computadorizada axial para verificar a ocorrência de inflamação ou necrose do pâncreas.
SAIBA MAIS: - A pancreatite aguda é um processo inflamatório do pâncreas com envolvimento variável de outros tecidos regionais ou órgãos à distância, conceito estabelecido na Conferência de Atlanta em 1992. - Pancreatite aguda acontece subitamente, dura um curto período de tempo e geralmente melhora por si mesma. - Pancreatite crônica não se resolve por si mesma e resulta da destruição lenta do pâncreas. - Ambas as formas podem causar complicações severas como sangramento, danificação de tecido e infecção. Além disso, enzimas e toxinas podem entrar na corrente sangüínea, danificando o coração, pulmões, rins e outros órgãos. - Algumas pessoas têm mais de um ataque de pancreatite aguda e recuperam-se completamente depois de cada um. Mas pode ser uma doença grave com muitas complicações para o resto da vida. - Outros fatores etiológicos são: traumatismo abdominal, cirurgia cardíaca ou abdominal, infecções (vírus, bactérias, parasitas), colangiopancreatografia retrógrada endoscópica, tumores, distúrbios metabólicos (hipercalcemia, dislipidemia), anomalias anatomicas, medicamentos (antibióticos, anti-retrovirais, imunossupressores, esteróides, anti-hipertensores e anti-epilépticos), toxinas, defeitos genéticos, doenças auto-imunes (lúpus eritematoso sistémico, síndrome de Sjögren), isquemia e gravidez. - Cerca de 15-25% dos episódios de pancreatite são de origem desconhecida. - É necessário internação para que os fluidos possam ser repostos intravenosamente e se houver pseudocisto pancreático grande o suficiente para interferir na recuperação do pâncreas, o médico pode drená-lo ou removê-lo cirurgicamente.
Procure um Hospital se sentir sintomas esinais similares.